Um ataque ucraniano de grande porte provocou incêndios em instalações industriais e de energia em várias regiões russas nesta terça-feira (14), informaram as autoridades dos dois países. Os bombardeios atingiram a região do Tartaristão e a de Saratov, situadas a várias centenas de quilômetros da fronteira ucraniana.
Na região fronteiriça de Briansk, o exército ucraniano reivindicou um bombardeio com mísseis contra uma fábrica de químicos em Seltso, que produz explosivos para as forças russas.
O Ministério da Defesa russo informou que o bombardeio foi realizado com seis mísseis americanos ATACMS e seis mísseis britânicos Storm Shadow, que foram abatidos sem deixar vítimas.
Uma fonte do serviço de segurança ucraniano (SBU) afirmou que os "mísseis atingiram diretamente o recinto" e provocaram "um grande incêndio". O mesmo informante disse que outra fábrica de químicos foi bombardeada na região de Tula, perto de Moscou, além de um depósito de munições em um aeródromo em Engels, na região de Saratov, e uma refinaria de petróleo na mesma área.
Nos arredores de Kazan, no Tartaristão, autoridades locais russas relataram um ataque ucraniano com drone que incendiou um depósito de gás. O governo local disse no aplicativo de mensagens Telegram que ninguém se machucou.
Um representante ucraniano, Andrei Kovalenko, que dirige o Centro de Combate à Desinformação, uma agência de comunicação governamental, zombou no Telegram das "deficiências do sistema de defesa antiaérea russo". "Refinarias de petróleo, depósitos de petróleo, fábricas de componentes de armamento, são todos elementos sem os quais o exército russo não poderá combater de forma intensiva", assegurou.
A Rússia prometeu respostas sistemáticas a qualquer bombardeio com mísseis ocidentais em seu território e ameaçou atacar o centro de Kiev ou usar o seu novo míssil hipersônico experimental Oreshnik.
A Ucrânia ataca regularmente a infraestrutura militar e energética na Rússia em retaliação aos bombardeios de Moscou contra o seu território desde o início da ofensiva russa em fevereiro de 2022.
Ambos os lados escalaram o conflito antes da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em 20 de janeiro. O republicano disse que quer parar o conflito o mais rápido possível e cada lado quer garantir uma posição de fortaleza antes de sentar na mesa de negociações.