A Assembleia Geral da ONU vota nesta quarta-feira (11) um projeto de resolução que busca um cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza, um gesto simbólico depois que os Estados Unidos vetaram uma resolução para o mesmo efeito no Conselho de Segurança.
Além de pedir um "cessar-fogo imediato, incondicional e permanente", o projeto de resolução busca "a libertação imediata e incondicional de todos os reféns", uma acomodação dos EUA e de outros aliados israelenses.
O texto não vinculante também pede "acesso imediato" a uma ampla ajuda humanitária para os cidadãos de Gaza, que foram submetidos a mais de um ano de guerra com Israel, especialmente na região norte sitiada do território.
"Coração sangrando da Palestina"
— Gaza hoje é o coração sangrando da Palestina. As imagens de nossas crianças em barracas em chamas, sem comida no estômago e sem esperança ou horizonte para o futuro, e tendo suportado dor e perda por mais de um ano, devem assombrar a consciência do mundo e levar à ação para acabar com esse pesadelo — disse o embaixador palestino da ONU, Riyad Mansour, no primeiro debate da Assembleia sobre a resolução na semana passada.
Enquanto isso, Israel denunciou a resolução antes que ela fosse votada.
— Se você realmente quer a paz, ela começa com o desmantelamento dessa infraestrutura de ódio e glorificação do terror — disse o embaixador israelense na ONU, Danny Danon, referindo-se à agência de ajuda aos refugiados palestinos da ONU (UNRWA), cujos funcionários Israel acusa de ajudar nos ataques de 7 de outubro.
O projeto de resolução busca abordar a "responsabilidade", solicitando ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que apresente "propostas sobre como as Nações Unidas podem ajudar a promover a responsabilidade".
Uma minuta anterior acessada pela AFP buscava a criação de um mecanismo internacional para ajudar a investigar e processar os responsáveis pelas violações da lei internacional contra os palestinos. No entanto, esse texto não está incluído na resolução que está sendo votada.
Um segundo projeto de resolução a ser votado nesta quarta-feira pedirá a Israel que respeite o mandato da UNRWA e permita que suas operações de "assistência humanitária segura e sem obstáculos" continuem, após o parlamento israelense aprovar a proibição das "atividades da UNRWA em território israelense".
A proibição, que entrou em vigor em 28 de janeiro, foi condenada em todo o mundo, inclusive pelos EUA, um dos principais apoiadores de Israel.