O exército de Israel anunciou que Mohammed Deif, comandante militar do movimento terrorista Hamas, foi morto durante um bombardeio ocorrido em julho na localidade Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. As informações são do jornal O Globo.
O ataque que resultou na morte de Deif teve como alvo o campo de refugiados al-Mawasi, causando a morte de pelo menos 90 pessoas e ferindo mais de 300. A região havia sido designada por Israel em maio como uma zona humanitária. Na época, as Forças Armadas israelenses confirmaram que a ação tinha como objetivo eliminar Mohammad Deif e Rafa Salameh, considerados "mentores do massacre de 7 de outubro", evento que desencadeou a guerra em Gaza.
"As FDI (Forças de Defesa de Israel) anunciaram que, em 13 de julho de 2024, aviões de combate bombardearam a área de Khan Yunis e, após uma avaliação de inteligência, é possível confirmar que Mohammed Deif foi eliminado no ataque", diz um comunicado militar.
Após a divulgação do ataque por Israel, o Hamas emitiu um comunicado classificando as alegações como "falsas". Horas depois, Israel admitiu "não ter certeza" sobre o sucesso da operação. Segundo o governo israelense, o ataque "ocorreu em uma área controlada pelo Hamas, onde, de acordo com nossas informações, apenas terroristas do Hamas estavam presentes, sem civis".
O nome de Mohammed Deif só foi mencionado durante entrevistas com autoridades israelenses sob condição de anonimato à imprensa internacional. Em julho, as forças armadas israelenses afirmaram que a ação foi "baseada em informações precisas" e tinha como alvo "dois terroristas experientes do Hamas e outros combatentes que se escondiam entre civis", sem citar explicitamente Deif.
Inicialmente, dois oficiais israelenses disseram ao jornal The New York Times que Deif foi atingido enquanto estava na superfície, após sair da rede de túneis do grupo que se estende sob o enclave. O jornal, que entrevistou três oficiais sob anonimato, relatou que todos confirmaram que Deif estava com Rafah Salameh, principal comandante do Hamas em Khan Yunis, no momento do ataque.
Apesar dos indícios favoráveis para Israel, as forças armadas ainda não tinham certeza se a operação que mirava Deif foi bem-sucedida ou mesmo se ele estava presente no local do ataque.
Quem é Mohammed Deif
Deif, que anunciou o ataque terrorista de 7 de outubro contra o sul de Israel, assumiu o comando supremo das Brigadas al-Qassam em julho de 2002. Conhecido como "fantasma", ele é um dos homens mais procurados por Israel desde 1995.
Ele sobreviveu a pelo menos cinco tentativas de assassinato nas últimas duas décadas. Em maio deste ano, o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, solicitou a emissão de um mandado de prisão contra Deif e outros membros do Hamas por crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos durante o conflito em Gaza.