Os democratas arrecadaram mais de US$ 50 milhões (cerca de R$ 280 milhões) online no domingo (21), após o anúncio da saída do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, da corrida presidencial. Esse dia se tornou o de maior volume de contribuições ao partido desde a eleição de 2020. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A quantia foi determinada com base em uma análise do New York Times, utilizando o contador online de contribuições mantido pela ActBlue, a principal plataforma de doações para a campanha dos democratas.
Com Biden fora e a vice-presidente, Kamala Harris, ganhando impulso para reivindicar a candidatura do partido, as doações saltaram de uma média de menos de US$ 200 mil por hora, momentos antes de Biden desistir, para quase US$ 11,5 milhões em uma única hora, mais tarde no domingo, conforme mostra a análise.
Kamala agradeceu o apoio de Biden para que ela se torne a candidata democrata e já solicitou doações aos eleitores.
"Eu farei tudo o que for possível para unir o Partido Democrata — e unir nossa nação — para derrotar Donald Trumo e sua agenda extremista do Projeto 2025 [plano formulado por grupos conservadores para um eventual novo governo do republicano]. Se você está comigo, faça sua doação agora", escreveu no X.
Até as 22h em Washington (23h em Brasília), o domingo foi o terceiro maior dia de doações online da história da ActBlue. O contador da plataforma considera todas as doações, não apenas aquelas destinadas a Biden ou Kamala, mas também contribuições para quase todos os candidatos democratas à Câmara e ao Senado, além de diversas organizações sem fins lucrativos.
"Este pode ser o maior momento de arrecadação de fundos na história do Partido Democrata", escreveu Kenneth Pennington, estrategista digital democrata, na plataforma social X.
O maior dia de doações anterior na ActBlue ocorreu no dia seguinte à morte da juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg, em setembro de 2020, quando a plataforma processou aproximadamente US$ 73,5 milhões. Esse foi um dos dois únicos dias em que a ActBlue ultrapassou US$ 50 milhões em doações antes do último domingo.
A doação de domingo é significativa, pois o partido busca se recuperar de um momento estagnado na corrida contra o ex-presidente Donald Trump. A arrecadação de fundos do partido havia diminuído consideravelmente entre os principais doadores democratas nas semanas após o fraco desempenho de Biden no debate em junho.
A campanha de Biden já atualizou seu registro na Comissão Federal Eleitoral, órgão que supervisiona as eleições nos EUA, para colocar Kamala como candidata à Presidência. Isso não significa que ela seja oficialmente a candidata do partido, pois ainda depende da nomeação oficial na convenção de agosto. Caso sua indicação seja confirmada, ela deverá herdar os US$ 96 milhões (R$ 535 milhões) que Biden tinha em caixa no final de junho.
O acesso a esses recursos é uma das vantagens de Kamala em comparação com outros democratas. Diante da falta de precedentes da situação atual, não está claro se outros candidatos poderiam herdar os recursos já arrecadados por Biden. A situação é um pouco mais simples no caso da vice-presidente, cujo nome já estava inscrito na chapa de Biden em registros oficiais.