O principal tribunal da ONU rejeitou, nesta terça-feira (30), um pedido de medidas de emergência da Nicarágua, que acusa a Alemanha de violar a Convenção contra o Genocídio de 1948 ao fornecer armas a Israel para a guerra em Gaza.
"O tribunal considera que as circunstâncias não são tais que seja obrigado a exercer o seu poder de indicar medidas provisórias", declarou o tribunal, que ainda não comentou o mérito do caso apresentado por Manágua, o que pode levar meses ou mesmo anos.
Momentos depois de a decisão ter sido pronunciada, o Ministério das Relações Exteriores alemão afirmou na rede X que "ninguém está acima da lei. "A Alemanha não é parte no conflito do Oriente Médio, ao contrário: estamos comprometidos dia e noite com uma solução de dois Estados", observou o ministério.
O principal representante da Nicarágua neste caso ante a CIJ, Carlos Argüello, destacou em Haia que "os palestinos esperavam um pouco mais".
Na opinião de Argüello, "o importante é que a Corte tenha indicado que com o material de que dispõe neste momento não pode ditar medidas". Em qualquer caso, acrescentou, "se as coisas evoluírem, a Nicarágua solicitará mais uma vez a atenção da Corte sobre o assunto".
Além disso, lembrou que a Alemanha retomou as suas contribuições para o financiamento da UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinianos.
"Foi um dos pedidos que a Nicarágua apresentou", reforçou Argüello.
"O tribunal indicou que o que está acontecendo na Palestina (...) é horrível, que pessoas estão sendo mortas e que os países devem ter isso em conta", disse o diplomata e jurista nicaraguense.
* AFP