Durante a abertura das sessões ordinárias do Congresso argentino, nesta sexta-feira (1º), o presidente do país, Javier Milei, realizou um discurso em que criticou a classe política e anunciou novos pacotes de leis. As informações são do g1.
Na fala, Milei afirmou que o Estado argentino está podre em todos os poderes – Executivo, Legislativo e Judicial – e em todos níveis.
— (É) um sistema corrupto que termina com dinheiro no bolso dos políticos, uma organização criminosa para que haja propina para os políticos da vez — afirmou.
Milei aproveitou a ocasião para também enviar um recado para a oposição, afirmando que "aqueles que buscam conflitos" terão o que querem. No entanto, afirmou que o caminho que quer para o futuro do país não é o de conflitos.
O presidente argentino anunciou ainda uma série de medidas, como o fechamento da Télam, principal agência pública de notícias do país.
Pacote "anticasta"
Javier Milei proferiu críticas também aos "empresários que querem pagar propina porque não precisam ser competitivos" e aos "sindicalistas que usam um regime que só beneficia a eles".
Milei se referiu à classe política como "casta" e disse que se trata de "um sistema injusto, que só pode gerar pobres e que produz uma casta privilegiada".
— Repito que um sistema que fez tanto dano é um esquema consciente, o que eu chamo de modelo da casta. A casta expropria (dinheiro) dos argentinos de bem e dá aos amigos — disse.
Para tentar rebater críticas à política de corte de gastos que ele tem implementado, afirmou que chegou ao poder com votos de "uma maioria silenciosa dos desprotegidos que não foram convidados a se sentar na mesa do poder". E que essa "maioria silenciosa" teria colocado "na presidência uma pessoa recém-chegada, sem maioria, sem governadores, mas que sabe o que precisa ser feito e tem a convicção de que deve fazer".
Após proferir críticas a empresários, sindicalistas e políticos contrários aos seus pacotes econômicos, Milei anunciou que irá enviar um projeto de lei "anticasta" ao Congresso. O projeto deve incluir os seguintes itens:
- Fim do financiamento público dos partidos;
- Lei que proíbe que pessoas condenadas em segunda instância sejam candidatas em eleições nacionais;
- Corte dos benefícios de aposentadoria dos funcionários públicos condenados em segunda instância;
- Desconto de pagamento de funcionários públicos que participem de greves;
- Obrigação de eleição para presidentes de sindicatos e limitação de mandato a quatro anos, com direito a uma reeleição.
Além deste "pacote anticasta", ele citou também uma tentativa de realizar um pacto com os governadores. Esse pacto teria medidas parecidas com o da "lei ómnibus", bastante modificada pelo Congresso Argentino.
Milei disse aos governadores que assinatura deste pacto por parte dos governadores será um sinal de que poderão atuar juntos e "sem rancores".