O governo do presidente Javier Milei prosseguiu, nesta segunda-feira (4), com o plano de fechar a agência de notícias pública Télam. A página na internet do meio está desativada, com uma mensagem de "página em reconstrução". Segundo a imprensa local, foram trancados no fim da noite do domingo (3) os dois prédios em que havia redações do veículo.
— Descobrimos ontem à noite (domingo) que a polícia começou a cercar o prédio, após o desastroso anúncio em rede nacional de Javier Milei na sexta-feira — disse o delegado do Sindicato de Imprensa de Buenos Aires, Agustín Lecchi, em declarações à rádio, acrescentando que os funcionários não puderam entrar em seus locais de trabalho nesta segunda-feira.
O veículo reporta que, na madrugada desta segunda-feira, empregados começaram a receber e-mails segundo os quais são dispensados de trabalhar durante sete dias, prazo que começou no domingo. A nota é assinada pelo interventor da agência, Diego Chaher.
A assembleia dos trabalhadores da Télam criou uma conta no X (ex-Twitter). Os funcionários criticam a atuação oficial como "um dos piores ataques à liberdade de expressão nos últimos 40 anos de democracia". Os trabalhadores dizem que a decisão é ilegal, pois não havia aval do Congresso, e sinalizam que podem judicializar o tema. O fechamento do meio fazia parte da chamada Lei Ônibus, mas o texto foi barrado no Legislativo e agora o governo tenta ainda aprovar as medidas.
O porta-voz da presidência, Manuel Adorni, explicou em coletiva de imprensa que o governo enviou um comunicado interno "a todo o pessoal isentando-os da prestação de serviços durante sete dias remunerados, enquanto se avança no plano com base no que foi anunciado pelo presidente".
Manuel Adorni comentou que as perdas no orçamento público com ela superaram 20 bilhões de pesos argentinos, segundo o jornal Ámbito Financiero.
Télam
Criada há 78 anos, com o propósito de difundir informação por toda a Argentina, com um caráter federal e pluralista, a Télam conta com mais de 700 funcionários e é a única agência de notícias com correspondentes em todas as províncias argentinas. A agência produz cerca de 500 matérias por dia.
* AFP