As forças ucranianas realizam, há alguns dias, uma ofensiva em várias regiões da Rússia. Os ataques, na sua maioria, têm sido efetuados com o uso de drones. O governo do presidente Vladimir Putin acusou nesta quarta-feira (30) que os bombardeios só puderam ocorrer em áreas tão diversas e distantes da fronteira ucraniana com apoio de inteligência de países da Otan, a aliança militar ocidental.
O ataque começou no final da noite de terça em Pskov, 600 km a noroeste da capital russa. "O Ministério da Defesa está repelindo um ataque de drones contra o aeroporto", escreveu no Telegram o governador Mikhail Vedernikov. No local existe uma importante base aérea, e a agência estatal russa Tass relatou que ao menos dois dos Il-76 foram destruídos pelas chamas. As informações são da Folha de São Paulo.
O governador anunciou ainda que todos os voos previstos para quarta-feira no aeroporto de Pskov foram cancelados "até a averiguação dos possíveis danos na pista". Além disso, os aeroportos moscovitas de Vnukovo e Domodedovo interromperam temporariamente as operações.
As autoridades de outras regiões, como Briansk e Oriol, perto da fronteira com a Ucrânia, e Kaluga e Riazan, nas proximidades de Moscou, anunciaram que destruíram ou derrubaram drones ucranianos.
Houve ao menos um ataque contra Moscou. Segundo a prefeitura, um aparelho foi derrubado perto do distrito de Ruzki. O prefeito da capital russa destacou que o ataque não provocou danos ou vítimas, segundo informações preliminares. Por fim, Riazan também foi atingida.
Kiev é alvo de contra-ataque russo
A Ucrânia afirmou que a defesa antiaérea do país derrubou mais de 20 mísseis de cruzeiro e vários drones explosivos. O ataque russo provocou a morte de pelo menos duas pessoas. Um correspondente da AFP em Kiev ouviu pelo menos três grandes explosões.
A Administração Militar da Cidade de Kiev afirmou que este foi o "maior" ataque contra a capital desde a primavera.
As tropas russas lançaram, a partir de várias direções, "grupos" de drones de iranianos Shahed contra a capital, que também foi alvo de mísseis da Força Aérea, informou a Administração Militar da capital.
Funcionários do governo municipal avaliavam os danos e os moradores limpavam os escombros em um prédio residencial, que teve as janelas destruídas.
Ataques no Mar Negro
Moscou anunciou que destruiu quatro embarcações ucranianas com quase 50 soldados a bordo no Mar Negro e afirmou que impediu ataques com drones ucranianos em vários pontos de seu território.
O ministério russo da Defesa destacou que destruiu "quatro embarcações militares de alta velocidade" no Mar Negro à meia-noite (horário de Moscou).
As embarcações transportavam "unidades de desembarque das forças de operações especiais ucranianas", acrescentou em um comunicado. A nota não informa a área do Mar Negro em que aconteceram os ataques.
Também durante a madrugada, na mesma região, as defesas russas impediram um "ataque de drone marítimo" perto da baía de Sebastopol, na península anexada da Crimeia, informou o governador local, Mikhail Razvozhayev. Sebastopol é a base da frota russa do Mar Negro e a cidade mais importante da Crimeia, alvo frequente de ataques de Kiev.
Kiev e Moscou intensificaram as operações no Mar Negro desde que a Rússia abandonou um acordo, mediado pela ONU e a Turquia, para permitir a exportação de grãos ucranianos por suas águas.
* AFP