O papa Francisco e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversaram nesta quarta-feira (21) sobre a situação política na América Latina. A informação consta de comunicado oficial divulgado pelo Vaticano, após a audiência entre eles.
Outro tema foi a guerra na Ucrânia e as iniciativas de mediação da paz que ambos propõem.
Francisco já recebeu a visita do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, e enviou um representante a Kiev. A Rússia acenou positivamente e disse que o presidente Vladimir Putin aprecia a posição "equilibrada" do Papa e se dispôs a receber um membro da Cúria Romana.
"Houve uma troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da região e foram abordados alguns temas de interesse comum, como a promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades, o respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente", informou um boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Além do pontífice, Lula conversou com o arcebispo Edgar Parra Peña, secretário de Estado substituto para Assuntos Gerais. Ele fez a função de chanceler da Santa Sé.
"Durante os encontros cordiais, manifestou-se o apreço pelas boas relações entre o Brasil e a Santa Sé, destacando-se a colaboração harmoniosa entre a Igreja e o Estado em prol da promoção dos valores morais e do bem comum", disse o Vaticano.
A repressão à presença da Igreja Católica na Nicarágua era parte da agenda prioritária para o conversa do Papa com Lula. A Santa Sé não tem mais um núncio apostólico, representante diplomático do pontífice, no país da América Central, governado pelo ditador Daniel Ortega.
Além disso, preocupam o sumo sacerdote as situações de outros dois governos autoritários com os quais Lula mantém laços próximos, Cuba e Venezuela, com restrição a direitos humanos e políticos de opositores.
O Papa se reuniu na véspera com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel. O líder da ilha caribenha conversará com Lula em Paris, na França.