A Organização dos Estados Americanos (OEA) voltou a expressar, nesta segunda-feira (8), sua preocupação com a exclusão de alguns candidatos presidenciais na Guatemala, ao instalar uma missão de observação para as eleições gerais de 25 de junho.
"A posição [de preocupação] é a mesma", disse à AFP o chefe da Secretaria para o Fortalecimento da Democracia da OEA, Francisco Guerrero, ao reiterar a inquietação que o organismo manifestou em março pela rejeição do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) guatemalteco em inscrever certos candidatos.
"Esta é uma preocupação permanente que temos destacado", "estamos no processo de observação e vamos dar nosso posicionamento [sobre os candidatos excluídos] no relatório preliminar" após as eleições, acrescentou.
A Guatemala realizará em 25 de junho eleições para escolher o sucessor do presidente de direita Alejandro Giammattei, 160 membros do Congresso, 20 do Parlamento Centro-Americano e 340 prefeitos para um período de quatro anos.
No entanto, o processo enfrenta críticas após a exclusão da candidata indígena Thelma Cabrera e de Roberto Arzú, filho do falecido ex-presidente Álvaro Arzú (1996-2000), que despontavam como fortes concorrentes na disputa.
O TSE guatemalteco rejeitou a inscrição de Cabrera por denúncias de suposta corrupção contra seu candidato a vice-presidente, o ex-procurador dos direitos humanos Jordán Rodas, e de Arzú por iniciar prematuramente a campanha.
Anteriormente, Guerrero indicou em uma coletiva de imprensa que a missão da OEA terá "portas abertas" para ouvir os diferentes atores e fez "votos" para que o "processo eleitoral seja bem-sucedido".
"O trabalho da missão também é receber todas as preocupações e inquietações existentes dos vários setores políticos neste processo eleitoral", afirmou o chefe da missão da OEA, o ex-chanceler paraguaio Eladio Loizaga, na mesma coletiva de imprensa.
Nas eleições, competirão 23 candidatos presidenciais, número usual no país. Segundo pesquisas, os favoritos são Zury Ríos, filha do ex-ditador militar Efraín Ríos Montt; Sandra Torres, ex-primeira-dama de centro-esquerda; o empresário de direita Carlos Pineda; e o centrista Edmond Mulet, ex-funcionário da ONU.
Em 11 de abril, os Estados Unidos defenderam "eleições livres, justas e pacíficas" na Guatemala, em meio a críticas pela exclusão de candidatos.
* AFP