O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, se reunirá no sábado com o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, em Teerã para tentar "relançar o diálogo" sobre o programa nuclear da República Islâmica, disse uma fonte diplomática nesta quarta-feira (1º).
Grossi busca "restabelecer o relacionamento no mais alto nível" por meio de um encontro direto com Ebrahim Raisi, segundo a fonte.
"Nas últimas semanas, ele deixou claro que só estava disposto a ir a Teerã se tivesse um convite para falar com o presidente", acrescentou a fonte.
O diplomata argentino "chegará a Teerã na noite de sexta-feira para uma reunião de alto nível marcada para sábado", informou a agência de notícias iraniana Fars.
Contactada pela AFP, a AIEA se recusou a comentar.
A agência nuclear da ONU confirmou na terça-feira a detecção no Irã de partículas de urânio enriquecidas a 83,7%, pouco abaixo dos 90% necessários para a fabricação de uma bomba atômica.
As partículas foram detectadas em amostras coletadas em janeiro na usina subterrânea de Fordo, disse a agência.
O Irã, que nega qualquer intenção de adquirir uma arma nuclear, indicou em carta à AIEA que a eventual presença desse tipo de partícula pode ser devida a "flutuações involuntárias" durante o processo de enriquecimento.
O Irã negou na semana passada ter enriquecido urânio em mais de 60% e disse que afirmar o contrário constitui "uma distorção dos fatos".
As negociações para retomar o acordo concluído em 2015 para limitar as atividades atômicas do Irã em troca do levantamento das sanções internacionais estão atualmente paralisadas.
Estas negociações começaram em abril de 2021 em Viena, sede da AIEA, mas encontram-se interrompidas desde agosto de 2022, num contexto de tensões crescentes.
O acordo de 2015 encontra-se moribundo desde que os Estados Unidos se retiraram unilateralmente em 2018, sob a presidência de Donald Trump.
Desde então, a República Islâmica tem ignorado vários compromissos desse acordo.
* AFP