Ao menos 11 pessoas morreram em confrontos tribais em Darfur, região do oeste do Sudão que é cenário de um conflito, informou neste sábado uma fonte médica.
Os combates começaram na quarta-feira, entre tribos de pastores árabes e tribos africanas, em um município perto de Nyala, capital do estado de Darfur do Sul, afirmaram testemunhas.
"O número de corpos que chegaram ao hospital subiu para 11", disse à AFP uma fonte médica do hospital de Nyala. A agência estatal de notícias Sana havia relatado mencionado sete mortes em um primeiro balanço.
O número de mortos "provavelmente será muito maior porque os combates continuam", disse Adam Regal, porta-voz da Coordenação Geral para Refugiados e Deslocados em Darfur.
A causa dos confrontos não foi determinada.
Homens "em camelos e motos executaram um ataque contra o vilarejo de Amuri, que foi incendiado, e quatro pessoas morreram mortas", afirmou a agência Sana. Mais duas pessoas foram assassinadas na quarta-feira e quinta-feira.
O conflito se propagou por outros vilarejos e mais pessoas morreram. Muitas localidades foram "parcialmente incendiadas", afirmou a agência oficial, que cita um comunicado do governo.
No início do mês, os militares no poder e grupos civis assinaram um acordo que deveria retirar o país da crise política que se arrasta há um ano, mas o anúncio foi recebido com ceticismo.
Desde o golpe de Estado do general Abdel Fatah al Buhran, em outubro de 2021, os conflitos tribais explodiram porque a rebelião criou brechas na área de segurança, segundo analistas.
Em Darfur, cenário de uma guerra devastadora que deixou pelo menos 300.000 mortos e 2,5 milhões de deslocados desde 2003, segundo a ONU, os confrontos são frequentes entre tribos rivais, em particular pelo acesso à água e ao território.
* AFP