A Armênia propôs, nesta quinta-feira (10), criar uma zona desmilitarizada ao longo de sua fronteira com o arqui-inimigo Azerbaijão e em torno da região de Nagorno-Karabakh.
Os dois países se enfrentaram em duas guerras por este enclave situado no Azerbaijão, mas povoado principalmente por armênios.
Em 2020, as tensões encerraram uma guerra que custou mais de 6.500 vidas em seis semanas, antes de uma trégua mediada pela Rússia, sob a qual a Armênia cedeu partes do território que controlava há décadas.
Desde o fim deste conflito, porém, confrontos têm sido frequentes na fronteira, apesar da promessa de ambos os países de não usarem a força e de manterem as negociações de paz.
"Apresentei uma iniciativa para criar uma zona desmilitarizada em torno de Nagorno-Karabakh", disse o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinian, a seu gabinete.
"Também vamos promover uma iniciativa para estabelecer uma zona desmilitarizada de três quilômetros ao longo da fronteira entre Armênia e Azerbaijão", acrescentou.
Esta proposta surge dias depois de o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, reiterar sua exigência de que o Exército armênio se retire de Nagorno-Karabakh.
Durante uma reunião organizada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em outubro, Pashinian e Aliyev prometeram não usar a força para resolver o conflito.
Ontem (9), Pashinian anunciou que a visita de Putin a Yerevan está prevista para 22 de novembro.
Em outubro, esses dois países em conflito começaram a discutir a ideia de um tratado de paz mediado pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
* AFP