A polícia lançou, nesta terça-feira (25), gás lacrimogêneo contra milhares de sudaneses que saíram às ruas para exigir um governo civil, desafiando uma mobilização militar maciça no primeiro aniversário do golpe de Estado.
"Militares para o quartel", gritava a multidão em Cartum, onde todas as estradas foram bloqueadas durante o dia.
Desde a madrugada, os manifestantes ergueram barricadas para conter o avanço das forças de segurança. Estas bloquearam, por sua vez, pontes e avenidas para impedir que os manifestantes avançassem em direção ao palácio presidencial.
Desde o golpe liderado pelo general Abdel Fattah Al-Burhane, os manifestantes repetem: "sem negociação ou associação com os golpistas" e "retorno dos civis ao poder".
Há um ano, Burhane, chefe do Exército, rompeu com todos os compromissos assumidos dois anos antes. Também prendeu os líderes civis, com os quais havia concordado em compartilhar o poder após a derrubada do ditador Omar Al-Bashir, em 2019, após três décadas de ditadura.
A cada mobilização contra o golpe, a conexão com a Internet é interrompida no país, como ocorreu nesta terça-feira.
No entanto, "centenas de estudantes e alunos saíram em Atbara", disse Adel Mohamed, morador da cidade 350 quilômetros ao norte de Cartum, à AFP.
Os protestos continuaram à tarde, apesar da repressão, que tirou a vida de 118 manifestantes em um ano, segundo opositores do regime.
* AFP