Um conflito entre duas tribos que eclodiu esta semana no estado sudanês do Nilo Azul, perto da fronteira com a Etiópia, deixou 33 mortos, de acordo com balanço anunciado no sábado (16) pelas autoridades locais.
Além disso, 108 pessoas ficaram feridas, e 16 comércios foram incendiados entre segunda e sexta-feira durante os confrontos que eclodiram por uma disputa de terras, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde.
Na noite de sexta-feira (15), após o envio das tropas, o governador Ahmed al-Omda emitiu uma ordem proibindo "qualquer reunião, ou passeata", por um mês. Um toque de recolher noturno também foi imposto neste sábado.
Uma fonte do hospital de Al Roseires alertou à AFP que o centro "estava sem artigos de primeiros socorros" y que necessitavam de reforço porque o número de feridos "está aumentando".
A região de Qissan e o estado do Nilo Azul em geral estão envolvidos em uma rebelião desde 1986. Durante muito tempo, a guerrilha do sul foi um problema para a ditadura de Omar al Bashir. Este último acabou sendo derrubado pelo Exército sob pressão das ruas em 2019.
Especialistas dizem que o vácuo de segurança deixado pelo golpe fomentou o ressurgimento da violência tribal em um país onde centenas de civis são mortos a cada ano em confrontos pelo acesso à água, ou à terra.
* AFP