A ONU elevou nesta terça-feira a mais de 125 os mortos nos recentes confrontos em Darfur, no oeste do Sudão, e informou em um comunicado que mais de 50.000 pessoas foram deslocadas.
"Mais de 125 pessoas foram mortas e muitas outras ficaram feridas" entre 6 e 11 de junho, informou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Mais de 25 aldeias de Gimir "foram atacadas, saqueadas e queimadas" e "50.000 pessoas fugiram de Kolbus para as cidades vizinhas de Sirba, Jebel Moon e Sarfa Omra", acrescentou em um comunicado.
Segundo a ONU, 101 dos mortos pertencem à tribo Gimir e 25 aos Rizeigat.
Os combates começaram em 6 de junho entre a tribo não árabe Gimir e a tribo árabe Rizeigat na região de Kolbus, a cerca de 160 quilômetros da capital do estado, El Geneina.
Uma disputa de terras desencadeou a violência nesta região árida na fronteira com o Chade. Um balanço na segunda-feira havia relatado mais de 110 mortes.
Em 2003, Darfur foi palco de um conflito entre rebeldes de uma minoria étnica e o governo de maioria árabe, que matou 300.000 pessoas e forçou 2,5 milhões de pessoas a fugir de suas casas, segundo dados das Nações Unidas.
Depois de 30 anos de ditadura de Omar al-Bashir, que foi derrubado em 2019, o golpe de Estado do general Abdel Fattah Al-Burhan em 25 de outubro de 2021 mergulhou o país ainda mais em um atoleiro político e econômico.
Embora os principais grupos rebeldes tenham assinado um acordo de paz, os confrontos mortais continuam por causa da terra, gado, acesso à água e pastagens.
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* AFP