Um tribunal do Camboja condenou nesta terça-feira (14) dezenas de opositores a penas de entre cinco e oito anos de prisão em um julgamento coletivo realizado em um contexto de repressão contra a dissidência.
O opositor histórico Sam Rainsy, exilado na França, foi condenado a oito anos de prisão à revelia. Esta sentença é adicionada a uma de 25 anos e outra de 10 por supostamente ter tentado derrubar o primeiro-ministro Hun Sen.
Do lado de fora do tribunal em Phnom Penh, o advogado e ativista cambojano-americano Theary Seng foi levado para um carro pela polícia depois de ser condenado a seis anos de prisão por traição.
O embaixador dos Estados Unidos no Camboja, Patrick Murphy, pediu a libertação de Seng em uma mensagem postada no Twitter.
Seng está entre os alvos das autoridades por pertencer ao agora extinto Partido de Resgate Nacional do Camboja e por seu ativismo pelos direitos humanos. Muitos dos outros condenados já estão atrás das grades, outros ainda estão livres ou fugiram do Camboja.
"Os julgamentos em massa de opositores políticos têm como objetivo evitar qualquer desafio eleitoral ao poder do primeiro-ministro, mas também simbolizam a morte da democracia cambojana", disse Phil Robertson, porta-voz da Human Rights Watch.
O primeiro-ministro Hun Sen, que governa o Camboja com mão de ferro há mais de três décadas, prepara seu filho mais velho para sucedê-lo.
* AFP