A Justiça da Nicarágua condenou a nove e 13 anos de prisão dois líderes empresariais críticos do governo de Daniel Ortega, encerrando o ciclo de julgamentos contra mais de 40 opositores detidos em 2021, informou o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) no Twitter.
Michael Healy foi condenado a 13 anos de prisão por "minar a integridade nacional" enquanto Álvaro Vargas recebeu uma sentença de nove anos por "conspirar para minar com a integridade nacional", indicou a fonte humanitária.
Os ex-líderes empresariais foram presos em outubro de 2021 e declarados culpados no mês passado pelos crimes dos quais o governo os acusa. A leitura da sentença ocorreu na tarde de ontem.
O julgamento foi realizado a portas fechadas, na prisão da Direção de Auxílio Judicial (DAJ) de Manágua, conhecida como El Chipote.
Quando foram presos, Healy e Vargas lideravam uma associação empresarial que criticou a repressão do governo às manifestações sociais de 2018, que deixou 355 mortos e 46 opositores presos. Sete deles aspiravam a disputar a eleição contra Ortega em novembro, quando o ex-guerrilheiro obteve o quarto mandato consecutivo desde 2007.
Todos os condenados receberam penas de oito a 13 anos de prisão. Os questionamentos provocaram a ruptura da aliança que os empresários tinham com o governo Ortega em temas econômicos.
Os opositores foram julgados com base em uma lei de Defesa da Soberania de 2020 que penaliza os que promovem interferências estrangeiras ou atentam contra a segurança nacional.
Ortega os acusa de conspirar contra seu governo com ajuda de Washington.
Segundo o grupo Mecanismo de Reconhecimento de Presos Políticos, há 182 opositores presos na Nicarágua, entre eles, 46 foram detidos em 2021.
* AFP