
Os filipinos começaram a votar para um novo presidente nesta segunda-feira (9) pelo horário local — ainda no domingo pelo horário de Brasília. Em um momento tênue em uma democracia asiática dividida, os principais candidatos são o filho de um ditador deposto e a defensora de reformas e direitos humanos. As urnas abriram às 6h locais (19h de domingo em Brasília) e a votação prossegue até as 19h (8h de Brasília).
Vários episódios de violência foram registrados, incluindo as mortes de três seguranças quando um homem abriu fogo contra um local de votação em uma área de conflito do sul do país. O crime aconteceu pouco depois do início da votação no município de Buluan, na ilha de Mindanao, que tem forte presença de grupos armados
No domingo à noite, cinco granadas explodiram diante de um centro de votação no município de Datu Unsay, ferindo nove pessoas. Um ataque similar aconteceu no município vizinho de Shariff Aguak.
Favoritos na disputa
Ferdinand Marcos Jr. é filho e homônimo do homem deposto em uma revolta do Poder Popular em 1986 e liderou as pesquisas pré-eleitorais com uma ampla vantagem.
Sua adversária mais próximo, a vice-presidente Leni Robredo, ficou indignada com a perspectiva de outro Marcos reconquistar a sede do poder e mobilizou um exército de voluntários de campanha para trabalhar por sua candidatura. Oito outros candidatos ficaram muito atrás nas pesquisas de preferência dos eleitores.
O vencedor assumirá o cargo em 30 de junho para um mandato único de seis anos como líder de uma nação do Sudeste Asiático duramente atingida por dois anos de surtos e bloqueios impostos pela covid-19.
Problemas ainda mais desafiadores incluem uma economia em queda, pobreza e desemprego profundos, entre outros. Provavelmente também haverá perguntas sobre como lidar com os pedidos de julgamento do líder populista Rodrigo Duterte, cuja repressão antidrogas deixou milhares de suspeitos mortos e desencadeou uma investigação do Tribunal Penal Internacional.
A filha de Duterte, prefeita da cidade de Davao, Sara Duterte, lidera as pesquisas como vice-presidente de Marcos Jr. A união combinou o poder de voto de redutos políticos separados do norte e do sul, aumentando as chances da chapa, mas agravando as preocupações dos ativistas de direitos humanos.
Além da presidência, mais de 18 mil cargos governamentais estão em disputa, incluindo metade do Senado de 24 membros, mais de 300 assentos na Câmara dos Deputados, bem como cargos provinciais e locais em todo o arquipélago de mais de 109 milhões de filipinos.
Cerca de 67 milhões se registraram para votar durante as 13 horas de votação. Milhares de policiais e militares foram mobilizados para proteger os distritos eleitorais, especialmente em regiões rurais com histórico de rivalidades políticas violentas e onde os rebeldes comunistas e muçulmanos estão presentes.