A polícia prendeu nesta quarta-feira (13) o suspeito de executar o tiroteio no metrô de Nova York que deixou cerca de 20 feridos, sendo 10 deles baleados, na manhã de terça-feira (12), anunciaram as autoridades após uma caçada de um dia ao atirador fugitivo.
— Nós o pegamos — disse o prefeito de Nova York, Eric Adams, em entrevista coletiva.
A polícia identificou como Frank James, um afro-americano de 62 anos, como o suspeito de detonar duas granadas de fumaça quando o trem se aproximou da estação da 36th Street, no Brooklyn, na manhã de terça-feira, antes de disparar 33 tiros contra passageiros.
James foi parado andando por uma rua de Manhattan, disse o chefe de polícia de Nova York, Keechant Sewell. A prisão ocorreu sem incidentes, e o homem será indiciado pelo tiroteio de terça-feira, acrescentou Sewell.
De acordo com imagens que circulam nas redes sociais, um homem que seria James, vestido com roupas escuras e um boné preto, foi colocado em um carro da polícia sem resistência aparente.
As autoridades, que pediram a cooperação dos cidadãos, ofereceram recompensa de US$ 50 mil por qualquer informação para a prisão desse homem que pode sofrer de problemas mentais, segundo as forças de segurança.
Seu cartão de crédito e as chaves da van que ele havia alugado foram encontrados no local do ataque.
O prefeito de Nova York havia pedido aos cidadãos horas antes que fossem "vigilantes", mas disse que não há evidências de que o atirador tenha um cúmplice:
— Parece que agiu sozinho.
James havia postado vários vídeos no YouTube nos quais ele aparece fazendo longos, e às vezes agressivos, discursos políticos e críticas a Adams. Sua página havia sido fechada nesta quarta-feira por "violar as diretrizes" do YouTube.
A irmã de James, Catherine James Robinson, disse ao jornal The New York Times que ficou "chocada" ao ver seu irmão sendo considerado o suspeito.
— Nunca pensei que pudesse fazer algo assim — declarou, depois de especificar que não tinha contato com ele há muito tempo.
Serviço "normal"
O metrô nesta quarta-feira apresentou serviço normal e completo em todas as linhas depois que a Polícia de Nova York concluiu sua investigação, disse a autoridade de trânsito da cidade de quase nove milhões de habitantes. Mas em alguns usuários o medo se espalhou.
— Eu estava hesitante e esperei 20 minutos para pegar um táxi e nenhum veio, e Uber custava US$ 60, então eu disse "ok, vou me arriscar no metrô" — disse Zeina Awedikian, 38, à agência de notícias AFP.
— Muitas pessoas que moram longe não têm escolha. Dependem do metrô, não podem parar de pegar, independentemente de haver incidente ou não — disse Daniela, 29 anos, natural da Bósnia, que reconhece que não pode deixar de pensar que "um dia posso não voltar para casa para meus filhos".
Mas outros não se sentiram intimidados, como Dennis Sughrue, um nova-iorquino de 56 anos:
— Ninguém vai me fazer desistir do metrô. O metrô está no meu DNA e me sinto mais comprometido do que nunca com Nova York e o metrô — disse ele à AFP, saindo da Grand Central Station.
Nova York vem registrando neste ano um aumento de tiroteios e a recuperação de crimes violentos. Até 3 de abril, as ocorrências com armas subiram para 296, contra 260 no mesmo período do ano passado, segundo estatísticas da polícia.