A ex-governante birmanesa Aung San Suu Kyi, já condenada a seis anos de prisão pela junta militar, corre o risco de receber na próxima semana uma sentença de mais 15 anos de detenção, afirmou à AFP uma fonte próxima ao caso.
"O tribunal deve anunciar na próxima segunda-feira o veredicto" sobre uma das várias acusações contra a líder civil derrubada por um golpe de Estado em fevereiro de 2021, disse a fonte.
Neste caso, a vencedora do Nobel da Paz de 1991 pode ser condenada a até 15 anos de prisão pelas acusações de que teria recebido 600.000 dólares e mais de 11 quilos de ouro em subornos de Phyo Min Thein, ex-ministro para a região de Yangon.
Aung San Suu Kyi, de 76 anos, está detida desde o golpe militar de 1º de fevereiro de 2021, que acabou com uma década de transição democrática em Mianmar e levou o país a um cenário de caos, com muitos protestos, luta armada e violenta repressão.
A ex-dirigente foi acusada em vários processos por violação de uma lei de segredos de Estado, fraude eleitoral, sedição, incitação à desordem pública ou corrupção, que podem resultar em décadas de prisão.
Atpe o momento, Aung San Suu Kyi foi condenada em dois processos: quatro anos de prisão, reduzido posteriormente a dois, pela acusação de infringir as regras sanitárias da covid; e quatro anos de prisão pela acusação de contrabando de aparelhos walkie-talkies.
Ela cumpre a pena em prisão domiciliar em um local não revelado pelos militares e onde permaneceu durante todo o processo judicial, que aconteceu a portas fechadas.
Durante os precedentes períodos de ditadura militar, a vencedora do Nobel da Paz passou quase 15 anos em prisão domiciliar.
* AFP