A enviada da ONU Stephanie Williams se reuniu neste domingo (13) com os dois líderes rivais da Líbia e pediu que "preservem a estabilidade", sem se posicionar a favor de nenhum deles.
A Líbia, um país marcado por lutas e divisões de poder, atualmente tem dois primeiros-ministros baseados na capital, Trípoli. Em 10 de fevereiro, o Parlamento nomeou Fathi Bashagha como substituto de Abdelhamid Dbeibah, que se recusa a deixar o poder.
Em meio ao caos político, a americana Stephanie Williams, conselheira especial do secretário-geral da ONU, António Guterres, para a Líbia, se reuniu em Trípoli com Dbeibah, e sublinhou "a importância de todos os atores" na preservação da estabilidade.
Williams também "se reuniu com o primeiro-ministro designado", Bashagha, a quem "enfatizou a necessidade de avançar de maneira inclusiva, transparente e consensual e de manter a estabilidade".
"A ênfase deve continuar sendo a realização de eleições nacionais livres, justas e inclusivas o mais rápido possível", disse a emissário, confirmando que a ONU permanecerá neutra sobre este assunto.
Na quinta-feira, o porta-voz da ONU declarou inicialmente que a organização continuava reconhecendo Dbeibah como primeiro-ministro. Mas, no dia seguinte, Guterres suavizou essa posição, indicando que "tomou nota" da nomeação de Bashagha e instou "todas as partes a continuarem preservando a estabilidade na Líbia como uma prioridade absoluta".
A Líbia vive um caos desde a queda do regime de Muammar Gaddafi em 2011, após uma revolta popular.
Após anos de violência, um processo político apoiado pela ONU levou à nomeação de Abdelhamid Dbeibah para administrar a transição até as eleições legislativas e presidenciais. Estas deveriam ter sido realizados em dezembro de 2021, mas foram adiadas indefinidamente devido a divergências.
O Parlamento, com sede em Tobruk (leste), considerou que o mandato de Dbeibah expirou com esse adiamento, embora este já tenha advertido que só cederia o poder a um governo eleito pelas urnas.
Bashagha tem até 24 de fevereiro para formar um governo e submetê-lo à votação no parlamento.
* AFP