Dois ex-diplomatas nicaraguenses críticos do governo de Daniel Ortega que estavam presos foram beneficiados com a prisão domiciliar por problemas de saúde, no momento em que a comunidade internacional protesta pelo estado de saúde de vários opositores encarcerados.
"O Ministério Público, diante do estado de saúde das pessoas mencionadas [os ex-diplomatas Edgar Parrales e Mauricio Díaz], por razões humanitárias, pediu à autoridade judicial a mudança de medida cautelar de prisão preventiva por prisão domiciliar", informou a entidade em comunicado.
Ambos são parte dos 46 opositores detidos no ano passado, a maioria antes das eleições de novembro, quando Ortega obteve o quarto mandato presidencial consecutivo.
Os dois são acusados de "minar a integridade nacional" e de "traição à pátria", por supostamente conspirar para derrubar Ortega com o apoio de Washington.
Entre os opositores presos também estão sete ex-candidatos à presidência que foram inabilitados para concorrer com o mandatário.
Um dos detidos, o ex-guerrilheiro e dirigente da dissidência sandinista Hugo Torres, morreu em 12 de fevereiro, após ser levado da prisão para um hospital por uma condição de saúde não informada pelas autoridades.
Parrales, de 79 anos, e Díaz, de 71, estavam detidos na carceragem da Diretoria de Auxílio Judicial (DAJ) da polícia de Manágua, onde é mantida a maior parte do grupo de opositores.
No dia 1º de fevereiro começaram os julgamentos contra os opositores detidos no contexto das eleições. Até agora, 28 foram declarados culpados e 17 condenados a penas que variam entre 8 e 13 anos.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) pediram ao governo Ortega a libertação imediata dos opositores, principalmente os idosos.
* AFP