Os talibãs declararam nesta quarta-feira (24) que desejam abrir "um novo capítulo" em suas relações com os Estados Unidos nas negociações que serão retomadas na próxima semana no Catar.
"As discussões vão abordar a abertura de um novo capítulo nas relações políticas entre os dois países, a resolução dos problemas econômicos e o respeito aos termos do acordo de Doha", assinado em 2020, anunciaram os fundamentalistas islâmicos em sua conta oficial do Twitter em árabe.
Nos dias 9 e 10 de outubro, ocorreu a primeira sessão de negociações entre Washington e o Talibã, já em Doha, onde atualmente vivem e trabalham os diplomatas americanos encarregados do Afeganistão após sua saída do país no final de agosto.
Na terça-feira, o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price, confirmou o retorno do representante especial do Afeganistão, Tom West, a Doha "para duas semanas de reuniões com os talibãs".
Os tópicos abordados incluem "a luta contra o terrorismo, a ajuda humanitária, a situação econômica do país e a saída segura de afegãos e americanos" que trabalharam para Washington nos últimos vinte anos, de acordo com Price.
Na semana passada, o enviado americano reiterou que o talibã deve cumprir certas condições para receber apoio financeiro e diplomático dos Estados Unidos: combater o terrorismo, estabelecer um governo "inclusivo", respeitar os "direitos das minorias, mulheres e meninas" e "proporcionar igualdade de acesso à educação e ao emprego".
O governo talibã, que nenhum país reconheceu oficialmente até agora, não cessa de exigir dos americanos o fim do congelamento das reservas do Banco Central afegão, imposto após a volta dos talibãs ao poder.
O ministro talibã das Relações Exteriores, Amir Khan Muttaqi, deve viajar a Doha de 27 a 29 de novembro e se reunir com enviados de Washington e da União Europeia, disse seu porta-voz, Abdul Qahar Balkhi, no Twitter na quarta-feira.
* AFP