As forças de segurança sudanesas usaram gás lacrimogêneo nesta quarta-feira (17) contra manifestantes que criticam o golpe de Estado e retornaram às ruas da capital Cartum, informaram à AFP testemunhas que citaram "feridos".
Com slogans como "o povo escolhe os civis" e "não ao poder militar", milhares de manifestantes protestam nas ruas, apesar do bloqueio das redes de telefonia e da internet, em desafio a uma repressão que já deixou 24 mortos e centenas de geridos desde o fim de outubro.
As forças de segurança, mobilizadas em grande número em Cartum, usaram gás lacrimogêneo contra vários pontos das manifestações.
Testemunhas citaram "feridos" e correspondentes da AFP observaram manifestantes no chão, afetados pelo efeito do gás.
O exército executou em 25 de outubro um golpe de Estado e dissolveu as autoridades transitórias, lideradas conjuntamente por civis e militares, estabelecidas após a derrubada do ditador Omar al Bashir em 2019.
Desde então, o serviço de internet foi cortado no país e os manifestantes precisam organizar os protestos por meio de mensagens SMS. Porém, desde o meio-dia desta quarta-feira até as redes de telefonia estão bloqueadas.
Apesar da pressão da comunidade internacional para tentar salvar o processo de transição democrática que deveria terminar com eleições em 2023, os militares parecem inflexíveis após a remoção dos cargos e, em alguns casos, da detenção dos líderes civis.
O líder dos militares, o general Abdel Fattah al Burhan, anunciou recentemente que vai comandar a principal instituição da transição, o Conselho Soberano.
* AFP