Os Estados Unidos e o Reino Unido anunciaram, nesta segunda-feira (15), mais sanções contra a Nicarágua, em resposta "à farsa das eleições nacionais" que reelegeram em 7 de novembro Daniel Ortega como presidente.
O Departamento de Tesouro americano impôs sanções ao Ministério Público da Nicarágua e a nove altos funcionários do governo, entre eles o vice-ministro das Finanças, José Adrián Chavarria Montenegro; o ministro de Minas e Energia, Salvador Mansell Castrillo; e vários prefeitos.
As medidas punitivas implicam no bloqueio de todas as propriedades e possíveis bens dessas pessoas nos Estados Unidos.
Os EUA acusam o Ministério Público nicaraguense de ter "prendido e investigado injustamente candidatos presidenciais e os impedido de concorrer a cargos públicos, minando a democracia na Nicarágua".
O presidente norte-americano Joe Biden chamou as eleições de uma "farsa", na qual Ortega venceu pelo quarto mandato consecutivo, junto com sua esposa Rosario Murillo como vice-presidente, sem opositores relevantes.
O Reino Unido, por sua vez, coordenado com os Estados Unidos, sancionou oito altos funcionários nicaraguenses, incluindo Murillo, "por seu envolvimento na repressão às manifestações", e magistrados do alto escalão, como o presidente do Supremo Tribunal.
O presidente da Assembleia Nacional e oficiais da polícia também figuram na lista.
— O regime de Ortega está negando ao povo da Nicarágua seus direitos humanos básicos — disse Wendy Morton, secretária de Estado do Reino Unido para a Europa e as Américas.
As sanções incluem a proibição de viagens e o congelamento de bens contra aqueles que, segundo Londres, são "responsáveis por comprometer os princípios e instituições democráticas da Nicarágua", por "graves violações dos direitos humanos e pela repressão da sociedade civil".
Os Estados Unidos e o Reino Unido estão trabalhando em ações coordenadas relativas à situação nicaraguense também com o Canadá e a União Europeia.