A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou, nesta segunda-feira (28), o fechamento por uma semana de seu hospital em Porto Príncipe, dois dias depois de ter sido alvo de um ataque armado, em meio à escalada da violência no Haiti.
O hospital da ONG, localizado em Martissant, distrito da capital onde acontecem violentos confrontos entre gangues, foi alvo de um ataque a tiros no sábado.
O ataque não deixou feridos, mas a MSF optou por retirar sua equipe e pacientes.
"A segurança do pessoal é nossa prioridade, porque não poderemos tratar a população se nossa equipe estiver em perigo", disse Alessandra Giudiceandrea, chefe da missão da MSF no Haiti.
Ela apontou que acredita que a organização não foi alvo direto das gangues armadas.
Mergulhado numa grave crise política e de segurança, o Haiti passa por um surto de sequestros e violência de gangues enquanto enfrenta um aumento de casos de covid-19.
"Num momento em que deveríamos expandir nossas atividades devido à covid-19 e outras necessidades, estamos lutando para manter nossas estruturas abertas, apesar das deploráveis condições de segurança", lamentou Giudiceandrea.
A MSF, que fornece atendimento médico no Haiti há 30 anos, abriu o centro de emergência Martissant em 2006.
As ONGs desempenham um papel importante no setor da saúde no Haiti, ao qual o Estado dedica menos de 5% de seu orçamento.
Embora tolerado pelas gangues em Martissant, a MSF continua exposta aos riscos da insegurança.
No início de junho, um de seus funcionários foi baleado e morto a caminho de casa.
Além disso, indivíduos armados roubaram dois motoristas de ambulância de uma ONG e os confrontos têm sido frequentes perto do centro de emergência Martissant.
* AFP