A ativista argelina Amira Bouraoui foi condenada nesta terça-feira (4) a dois anos de prisão por "ofensa ao Islã" e ao "presidente da República", informou uma organização de ajuda aos presos políticos.
"O veredicto já saiu", informou pelo Facebook o Comitê Nacional para a Libertação dos Detidos (CNLD), destacando que a ginecologista de 45 anos e mãe de dois filhos não recebeu até o momento uma ordem de ingresso na prisão.
Bouraoui já cumpriu uma curta pena por outro caso, antes de em 2 de julho de 2020 ter sido libertada, junto com outros três opositores.
Figura da oposição durante o regime de Abdelaziz Buteflika (1999-2019), ficou conhecida em 2014 como uma das líderes do movimento Barakat (Já chega!), que se opunha a um quarto mandato do presidente deposto.
Em seguida, participou ativamente do movimento de protestos Hirak, que eclodiu em fevereiro de 2019 e obrigou Buteflika a se demitir.
Sua condenação ocorre em um contexto de aumento da repressão contra ativistas, opositores políticos e jornalistas, com vistas às eleições convocadas para junho.
* AFP