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O governo argentino informou que o país arrecadou mais de 2 bilhões de dólares com um imposto sobre a riqueza, pago por 80% das pessoas atingidas por esse tributo destinado a fazer face aos gastos com a pandemia do coronavírus. A arrecadação com este imposto, promovida pelo governo do presidente de centro-esquerda Alberto Fernández, chegou a 223 bilhões de pesos (cerca de US$ 2,252 bilhões no câmbio do dia), informou a entidade arrecadadora AFIP nesta segunda-feira (3).
A chefe da AFIP, Mercedes Marcó del Pont, indicou que "os recursos gerados serão essenciais para enfrentar as emergências sanitárias e econômicas impostas pela pandemia". Cerca de 3 mil pessoas inadimplentes agora estão sujeitas ao controle da entidade. Desse grupo, apenas cerca de 200 recorreram à proteção judicial para não pagar o valor.
Entre os que se recusaram a pagar o imposto estão alguns dos mais conhecidos magnatas do país e o jogador do Boca Juniors, Carlos Tévez, que entrou com uma ação na Justiça.
A chamada "Contribuição Solidária" foi aprovada em dezembro pelo Congresso com uma alíquota de pelo menos 2% aos patrimônios de pessoas que excedam 200 milhões de pesos (cerca de S$ 2 milhões), a serem pagos uma única vez. As porcentagens vão sendo escalonadas à medida que aumenta o patrimônio até estabelecer 3,5% para quem passa de 3 bilhões de pesos (US$ 30 milhões).
O destino dos recursos divide-se entre despesas com saúde em função da pandemia, bolsas de estudo e subsídios para apoiar pequenos negócios em crise e seus trabalhadores, entre outros fins.
Com uma população de 45,4 milhões de habitantes, a Argentina ultrapassou as três milhões de infecções de covid-19, com mais de 64 mil mortes.