O Observatório Africano das Migrações (OAM), uma plataforma de estudos lançada pela União Africana (UA) para desenvolver uma melhor governança migratória no continente, foi inaugurado em Rabat nesta sexta-feira (18), Dia Internacional do Migrante.
"Hoje, a África contará com seus próprios dados [...], isto nos permitirá desmentir várias lendas sobre a migração", declarou o chefe da diplomacia marroquina, Nasser Bourita, durante uma cerimônia.
O observatório terá como missão arrecadar, analisar e trocar dados através de "um sistema interconectado" que associa os países africanos a melhorar as políticas migratórias, "frequentemente ineficazes devido à falta destes dados", segundo o dossiê de apresentação.
É "uma mensagem forte para a comunidade internacional, sobre a determinação do Marrocos e da África de estabelecer uma melhor governança migratória na escala do continente", disse Bourita.
Na África, 80% dos migrantes procedentes de países africanos ficam no continente e apenas 12% conseguem chegar à Europa. O restante fica em outros lugares, segundo cifras difundidas em 2018 em Rabat.
A regulação dos fluxos migratórios, em especial os precedentes da África, se tornou uma preocupação para a União Europeia, após a chegada de mais de um milhão de migrantes em 2015.
No entanto, o endurecimento dos controles nas fronteiras do bloco provocou uma forte queda de entradas irregulares (-92% em 2019 com relação ao pico de 2015), segundo a agência europeia Frontex.
* AFP