Dez candidatos da oposição nas eleições presidenciais de 18 de outubro, na Guiné, pediram nesta sexta-feira (30) a seus partidários para retomar as manifestações na terça, rejeitando os resultados provisórios que indicam a reeleição do presidente, Alpha Condé.
O anúncio da reeleição, em 24 de outubro, gerou alegria entre partidários de Condé e uma semana de violência mortal entre manifestantes dos dois lados, bem como confrontos entre as forças de ordem e os jovens manifestantes em bairros favoráveis à oposição.
"Levando em conta as graves irregularidades registradas antes, durante e depois das eleições, os participantes decidiram refutar categoricamente os resultados provisórios proclamados", declarou à imprensa, em Conakry, Cellou Dalein Diallo, segundo colocado nas eleições, juntamente com outros nove candidatos.
Participaram do pleito 12 candidatos.
Segundo Aliou Condes, secretário-geral do partido de Diallo, a União de Forças Democráticas da Guiné (UFDG), apenas um, Laye Souleymane Diallo, reconheceu a vitória do chefe de Estado.
"Vamos emitir um comunicado para pedir que sejam suspensas as manifestações até a terça-feira", prosseguiu Diallo, que já tinha rechaçado os resultados desde sua proclamação por parte da Comissão Nacional Eleitoral (CENI).
"A partir de terça-feira, vamos retomar as manifestações pacíficas nas ruas e praças públicas para denunciar o roubo eleitoral em curso e exigir o reconhecimento da nossa vitória", acrescentou o opositor.
Segundo os resultados provisórios anunciados em 24 de outubro pela CENI, o chefe de Estado, de 82 anos, foi reeleito para um terceiro mandado controverso, com 59,5% dos votos.
O líder da oposição teve 33,5% dos votos.
Segundo o governo, a violência pós-eleitoral causou a morte de 21 pessoas, entre elas membros das forças de ordem.
A oposição denuncia uma repressão sangrenta, que deixou pelo menos 27 mortos. Nesta sexta, Diallo afirmou que mais de trinta pessoas teriam sido assassinadas.
* AFP