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Um alto general do Pentágono disse nesta quinta-feira (11) que se equivocou ao acompanhar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando foi tirar fotos próximo à Casa Branca na semana passada, depois que uma manifestação pacífica antirracista foi violentamente dispersada na região.
— Não deveria estar lá. Minha presença neste momento e neste ambiente criou uma percepção de envolvimento militar na política interna — declarou o general Mark Milley sobre o polêmico incidente de 1° de junho, quando Trump saiu da Casa Branca para tirar uma foto segurando uma bíblia em frente à Igreja de Saint John, vandalizada na véspera durante protestos contra a violência policial.
Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto, e secretário o da Defesa, Mark Esper, foram muito criticados por estarem envolvidos no que foi amplamente considerado um show político promovido por Trump. Minutos antes de o presidente e sua comitiva aparecerem, centenas de manifestantes pacíficos haviam sido reprimidos e forçados a sair do Parque Lafayette, localizado próximo à Casa Branca e à igreja, em uma operação na qual policiais e tropas da Guarda Nacional os atacaram e dispararam bombas de fumaça e gás lacrimogêneo.
A presença de Milley foi particularmente questionada, já que usava seu uniforme camuflado de combate. Normalmente, os oficiais militares usam seu uniforme quando vão a reuniões na Casa Branca e, para muitos, isso significou o apoio de Milley ao desejo declarado de Trump de mandar tropas americanas em serviço ativo contra os manifestantes.
A morte do cidadão negro George Floyd pelas mãos de um policial branco de Minneapolis em 25 de maio desencadeou grandes manifestações contra o racismo e a violência policial em todo o país, algumas violentamente reprimidas.