Um policial morreu, e outros cinco ficaram feridos, em um duplo atentado suicida nesta sexta-feira (6), em frente à embaixada dos Estados Unidos em Túnis - informou o Ministério do Interior.
O Ministério tunisiano relatou que um tenente não resistiu aos ferimentos e veio a falecer. Outros cinco policiais foram feridos, além de um civil.
A explosão aconteceu antes do meio-dia (horário local), perto da embaixada situada em Berges du Lac, um bairro a cerca de dez quilômetros do centro da capital. O setor é protegido permanentemente por fortes barreiras de segurança.
Segundo policiais que estavam no local, a dupla de agressores chegou de moto e detonou sua carga explosiva ao se aproximar dos agentes que estavam em um cruzamento que leva à embaixada.
Ouviu-se apenas uma deflagração, dando a entender que um dos dois homens-bomba não conseguiu detonar seu explosivo.
A Polícia Civil foi logo enviada para a área, que era sobrevoada por um helicóptero. Enquanto isso, policiais ainda abalados bloqueavam o acesso ao local, constatou um jornalista da AFP.
"Duas pessoas atacaram uma patrulha de segurança na rua que leva à embaixada dos Estados Unidos", disse o Ministério do Interior em um comunicado, acrescentando que "os dois agressores morreram".
"Todas as unidades de segurança estão em alerta elevado", completou.
Segundo o porta-voz do Ministério, Khaled Ayuni, "o alvo dos homens-bomba era a patrulha de polícia, mais do que a embaixada dos Estados Unidos".
No Twitter, a embaixada dos EUA disse ter tomado medidas após uma explosão e pediu que a população evitasse a área.
- Onda de atentados
Este ataque trouxe à tona a lembrança dos atentados registrados no país após sua "revolução" de 2011.
Após a queda da ditadura no referido ano, a Tunísia enfrentou uma ofensiva de grupos extremistas, que causaram a morte de dezenas de policiais e soldados, assim como de vários civis e de 59 turistas estrangeiros.
O último deles remonta ao final de junho de 2019, quando houve um duplo atentado suicida contra policiais no centro da capital. O alvo era um quartel das forças de segurança.
Reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), este ataque provocou a morte de um policial e fez ressurgir o espectro da violência em um país traumatizado por uma série de atentados em 2015-2016.
A Tunísia se encontra em estado de emergência desde novembro de 2015, quando um ataque suicida contra a guarda presidencial na capital matou 12 agentes. O EI também assumiu a autoria deste atentado.
* AFP