Os tunisianos vão às urnas eleger seu presidente, no próximo domingo (11), podendo optar por um universitário hermético sem experiência política ou por um empresário detido por fraude fiscal, solto quatro dias antes do segundo turno.
Os sete milhões de eleitores voltarão a votar, pela terceira vez em um mês, nestas que são as segundas eleições presidenciais por sufrágio universal desde a Revolução de 2011.
O primeiro turno aconteceu em 15 de setembro. O especialista em Direito Constitucional, Kais Saied, de 61 anos, ficou em primeiro lugar, com 18,4% dos votos. Sua campanha conseguiu mobilizar os mais jovens, após ter relançado os ideais da Revolução há oito anos.
Seu adversário é o magnata dos meios de comunicação Nabil Karoui,quistaram muitos jovens.
Também defendeu posições abertamente conservadoras no âmbito social e se recusou a fazer uso político do Islã. Além disso, opôs-se à igualdade de sexo em termos de herança e à "legalização" da homossexualidade.
- Diálogo para formar governo -
As eleições coincidem com as conversas para formar o governo, uma semana depois das legislativas que estabeleceram um Parlamento dominado pelo partido de inspiração islamista Ennahdha. Com 52 das 217 cadeiras, a sigla ficou longe de obter uma maioria na Casa.
O partido de Karoui, Qalb Tounes, chegou em segundo, com 38 assentos. As duas legendas descartaram se aliar, mas as outras formações contam com alguns representantes.
O Parlamento tem dois meses para chegar a um acordo. O futuro presidente, que vai prestar juramento no final de outubro, deverá intervir neste processo em caso de bloqueio.
Uma instabilidade política prolongada pode enfraquecer ainda mais a transição democrática no único país da chamada "Primavera Árabe" que conseguiu conter a ameaça terrorista, mas que ainda é assombrado pela inflação e pelo desemprego.
* AFP