Centenas de manifestantes de Hong Kong, incluindo alguns comissários de bordo, realizaram um protesto no saguão de desembarque do aeroporto nesta sexta-feira (26). O objetivo do ato, segundo os participantes, seria para "educar" os visitantes sobre a mobilização contra a lei que autoriza extradições para a China continental e necessidade de reforma política.
O saguão do aeroporto, um dos mais movimentados do mundo, costuma estar cheio de amigos e parentes nervosos esperando para cumprimentar seus entes queridos. Mas nesta sexta-feira os visitantes foram recebidos por uma multidão de manifestantes vestidos de preto que gritavam slogans contra o governo, com faixas e distribuindo panfletos.
Essa é a ação mais recente desse movimento, que busca pressionar o governo de Hong Kong, pró-Pequim, após sete semanas de manifestações que degeneraram em confrontos violentos, — um desafio sem precedentes para as autoridades de Pequim desde que a cidade voltou para a China, em 1997.
Os organizadores apresentaram o protesto do aeroporto como uma oportunidade para informar as manifestações aos visitantes, especialmente aqueles da China continental, onde o governo controla a imprensa, o que garante que as manifestações em Hong Kong sejam promovidas por interesses estrangeiros que eles querem desestabilizar o país.
Reformas
As manifestações surgiram como resultado de um projeto de lei polêmico que previa a facilitação de extradições para a China, mas resultou em um movimento mais amplo que exige reformas democráticas para impedir a perda da liberdade.
A nova onda de protestos revive o espírito da "revolução dos guarda-chuvas", em 2014, quando milhares de manifestantes ocuparam o centro de Hong Kong por semanas contra um projeto de lei que daria a Pequim mais autoridade sobre a escolha do chefe do Executivo local. Apesar da mobilização, que teve guarda-chuvas amarelos como símbolo, a reforma eleitoral foi aprovada.