O Conselho Militar de Transição no poder no Sudão anunciou, nesta segunda-feira à noite, a detenção de várias pessoas integrantes das forças regulares vinculadas com a violenta repressão de 3 de junho contra um protesto popular em Cartum.
Em um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal Suna, os generais no poder afirmaram que foi aberta uma investigação e se decidiu prender essas pessoas, acrescentando que elas serão levadas à justiça o quanto antes.
O Conselho Militar não divulgou o número de detidos, as funções que exercem ou de que são suspeitos.
Segundo um comitê de médicos próximo dos manifestantes, que pedem que os militares transfiram o poder para um governo civil, pelo menos 118 pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas, a maioria na violenta dispersão de uma manifestação em frente ao quartel-general do exército em 3 de junho em Cartum.
As autoridades estimam 61 mortes, 49 delas por tiros.
O diplomata dos Estados Unidos para África vai viajar para o Sudão para promover o diálogo entre os militares que governam o país e os representantes do protesto que exige sua saída do poder há uma semana, indicou o Departamento de Estado dos EUA nesta segunda-feira.
Tibor Nagy, subsecretário de Estado para a África, pedirá "o fim dos ataques contra os civis" e aos dois lados que "trabalhem pela criação de um ambiente que permita" retomar o diálogo, segundo o comunicado.
* AFP