Menos de um mês depois de ter sido assinado, o acordo de paz da República Centro-Africana estava por um fio nesta segunda-feira (4), depois que cinco grupos das milícias o rechaçaram ou criticaram a formação do novo governo.
O acordo de paz, negociado na capital do Sudão, Cartum, foi assinado em 6 de fevereiro pelo presidente Faustin Archange Touadera e por líderes de 14 grupos armados, que controlam a maior parte do país.
Nesta segunda, uma das principais milícias, a União Pela Paz na República Centro-Africana (UPC, em inglês), que conta com um membro no novo conselho de ministros, afirmou que o acordo de paz estava "ameaçado se o governo não mostrasse uma clara mudança de atitude".
Outro grupo, a Frente Democrática do Povo Centro-Africano (FPDC, em inglês), anunciou a sua saída do pacto em protesto pelo gabinete recém-formado, porque o novo Executivo, composto no domingo, estava "longe de ser inclusivo".
Outras milícias criticaram o acordo, tachando-o de "inválido" e, inclusive, deixaram o governo pouco depois de este ser formado, embora não tenham detalhado se abandonam ou não o pacto de paz.
O primeiro-ministro, Firmin Ngrebada, por sua vez, afirmou nesta segunda-feira que o governo "seguiria as disposições" do processo de paz e criticou as milícias por pedirem tantos cargos.
"Temos um governo de 36 membros, não é possível ter cinco membros de cada grupo armado no governo", indicou.
O acordo de paz, no qual a União Africana trabalhou desde 2017, é o oitavo assinado desde o início da crise, em 2013.
* AFP