![Indonesia's National Disaster Agency / AFP Indonesia's National Disaster Agency / AFP](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/24720844.jpg?w=700)
O vulcão Soputan entrou em erupção nesta quarta-feira (3) na ilha Célebes, na Indonésia, expelindo uma nuvem de cinzas de até 4 mil metros de altura, mas não representa riscos para a população, anunciaram as autoridades.
—As pessoas devem continuar tranquilas, permanecer a mais de quatro quilômetros da cratera e usar máscaras, mas não devem deixar a região no momento — afirmou a Agência de Gestão de Situações de Emergência.
O vulcão Soputan fica a 1 mil km de Palu, na mesma ilha Célebes, a cidade devastada na sexta-feira passada (29) por um terremoto de 7,5 graus seguido de tsunami que deixaram quase 1,4 pessoas mortas.
Vítimas do tsunami
As autoridades temem que o número de vítimas se agrave a medida em que os socorristas cheguem às zonas de difícil acesso atingidas pelo terremoto seguido de tsunami. O Centro de Coordenação de Ajuda Humanitária e a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) advertiram para a urgente necessidade de bolsas plásticas para cadáveres.
Devido ao clima equatorial da Indonésia, os corpos entram em decomposição rapidamente, com o risco da propagação de doenças. Para evitar um cenário ainda pior, grupos de voluntários começaram a enterrar as vítimas em uma grande fossa comum em Poboya, nas colinas que cercam Palu, com capacidade para 1,3 mil corpos. Caminhões lotados de cadáveres chegam ao local para os enterros em massa.
Ao menos 200 mil pessoas precisam de ajuda humanitária com urgência, advertiu o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), incluindo dezenas de milhares de crianças.
Calcula-se que 66 mil residências foram destruídas pelo terremoto de 7,5 graus de magnitude seguido por um tsunami que varreu as Célebes. Desde então, os sobreviventes lutam contra a fome e a falta de água potável, enquanto as autoridades se desdobram para atender os feridos.
— As equipes que trabalham no local têm um sentimento de frustração. Ainda não chegaram a partes importantes do que pode ser a zona mais afetada, mas estão se esforçando como podem — explicou na noite desta terça-feira em Genebra Jens Laerke, do OCHA.
A polícia deu tiros de advertência e usou gás lacrimogêneo para dispersar as pessoas que saqueavam lojas em Palu, a principal cidade devastada pelo terremoto e tsunami. A polícia, que até agora havia tolerado que sobreviventes desesperados entrassem em mercados fechados para pegar comida e água, prendeu 35 pessoas pelo roubo de computadores e dinheiro.
O desespero é visível nas ruas de Palu, onde os sobreviventes escalam as montanhas de destroços para procurar objetos. Outros se reúnem nas proximidades dos poucos edifícios com energia elétrica ou entram em filas para receber água, dinheiro ou combustível, observados por policiais armados. Muitas pessoas passaram os últimos dias em busca de informações sobre parentes, nos hospitais e necrotérios improvisados.
A Indonésia, um arquipélago de 17 mil ilhas, fica no Anel de Fogo do Pacífico e é um dos países do mundo mais propensos a sofrer desastres naturais.