Em uma carta dirigida ao "Povo de Deus", o papa Francisco condenou nesta segunda-feira (20) "as atrocidades" cometidas contra mais de mil crianças por padres na Pensilvânia, Estados Unidos.
"Nos últimos dias foi publicado um relatório que detalha a experiência de pelo menos mil pessoas que foram vítimas de abusos sexuais, de abusos de poder e de consciência, cometidos por padres durante quase 70 anos", escreve o pontífice na carta divulgada pelo Vaticano.
"Embora possamos dizer que a maioria dos casos pertence ao passado, podemos constatar que as feridas infligidas não desaparecerão nunca, o que nos obriga a condenar com força estas atrocidades", completa Francisco.
Há três dias, o Vaticano expressou "vergonha e dor" após a revelação de abusos sexuais na Pensilvânia por mais de 300 padres durante décadas.
Mas nesta segunda-feira (20) o papa Francisco foi mais longe e usou palavras mais duras para comentar o caso.
"Levando em consideração o passado, o que se pode fazer para pedir perdão e reparar o dano causado nunca será suficiente. Levando em consideração o futuro, não se deve descuidar de nada para promover uma cultura que não apenas garanta que tais situações não se reproduzam, mas para que não não encontrem o terreno propício para ocultar-se e perpetuar-se", afirmou o pontífice.
Também fez um apelo à comunidade católica por uma mobilização para "denunciar tudo aquilo coloca em perigo a integridade de qualquer pessoa".