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O autor do atentado que ocorreu na terça-feira (31) e deixou oito mortos e 12 feridos em Nova York, Sayfullo Saipov, 29 anos, planejou o crime durante semanas e cometeu agiu em nome do grupo extremista Estado Islâmico (EI), segundo a polícia.
Saipov nunca foi investigado pelo FBI - a Polícia Federal americana - nem pela inteligência policial local, mas aparentemente se relacionava com pessoas investigadas pelas autoridades.
John Miller, vice-chefe do serviço de Inteligência e contraterrorismo da Polícia de Nova York, avaliou que Saipov parece ter seguido "ao pé da letra as instruções que o EI publicou nas redes sociais para que seus seguidores realizem ataques deste tipo".
A procuradoria federal de Nova York, que denunciará Saipov por apoio material e de recursos à organização estrangeira terrorista e por violência e destruição com veículo, colheu o depoimento de Saipov no hospital.
O que diz o depoimento
Inspirado em vídeos difundidos pelo grupo terrorista, o uzbeque reconheceu que planejou o atentado "há cerca de um ano", antes de decidir, há dois meses, que utilizaria uma grande caminhonete para "causar o máximo de vítimas".
Saipov também revelou ter alugado uma caminhonete, em 22 de outubro, para treinar. O 31 de outubro, Dia de Halloween, foi escolhido "para ter certeza de que haveria muita gente nas ruas".
O uzbeque também reconheceu ser o autor das notas em árabe que mencionam o grupo Estado Islâmico e que foram encontradas próximo à caminhonete utilizada no ataque, segundo a procuradoria.
Conforme as autoridades, ele se disse satisfeito com o que fez e pediu para estender uma bandeira preta do EI em seu quarto de hospital.
Ainda na quarta-feira, o FBI encontrou um segundo suspeito relacionado ao atentado: Mukhammadzoir Kadirov, 32 anos, também uzbeque. Menos de uma hora após divulgar as fotos de Kadirov, o diretor de Informação do FBI, Bill Sweeney, revelou que o suspeito havia sido localizado.
Cinco dos mortos são argentinos, parte de um grupo de 10 amigos que comemorava 30 anos da formatura na Escola Politécnica da cidade de Rosário. Outro deles está internado na Unidade de Terapia Intensiva. Uma mulher belga também morreu. Do total de 12 feridos, nove seguem no hospital.
Os atentados com veículos que são lançados contra pedestres ou ciclistas já foram utilizados por simpatizantes do EI no Ocidente, incluindo em Barcelona, Londres, Estocolmo e Nice, onde um caminhão conduzido por um tunisiano matou 86 pessoas em 14 de julho de 2016.