Exatamente 32 anos depois do tremor que destruiu a capital mexicana, em 1985, matando mais de 10 mil pessoas, um forte terremoto sacudiu a região da Cidade do México na tarde desta terça-feira (19). Segundo autoridades locais, há pelo menos 217 mortos. Também há muitos desaparecidos e o resgate em construções colapsadas continuam, segundo a secretaria de Governo. O tremor desta terça ocorreu às 13h14min locais (15h14min de Brasília). O Instituto Sismológico do México estimou a magnitude do tremor em 7,1 graus, com epicentro localizado a 55 km da cidade de Puebla, próximo à capital do país.
— Estou consternada, não consigo conter o choro, é o mesmo pesadelo de 1985 — disse a moradora Georgina Sánchez, de 52 anos.
Cerca de 49 prédios caíram na Cidade do México. Ao menos 21 crianças morreram e mais de vinte estão desaparecidas em uma escola da capital mexicana. O prédio ruiu por causa do forte tremor no país.
Até o momento, o Estado de Morelos é o mais afetado pelo sismo. Os trabalhos de resgate continuam em vários edifícios que desmoronaram. O presidente Enrique Peña Nieto, que estava fora da Cidade do México, anunciou seu retorno à capital para coordenar os trabalhos de resgate.
"Convoquei o Comitê Nacional de Emergências para avaliar a situação e coordenar ações. O PlanMX foi ativado", escreveu o presidente mexicano no Twitter.
Na Cidade do México, onde vivem 20 milhões de pessoas, diversos edifícios desabaram — especialmente na zona sul da capital. Pelas ruas, funcionários da Defesa Civil precisaram advertir a população para o risco de vazamentos de gás.
— Estava caminhando pela (rua) Colima, e as janelas começaram a se mexer. Vi as pessoas correndo, começaram a gritar. Não queria me aproximar de nenhuma árvore. Tive de me jogar no chão — contou Leiza Visaj Herrera, de 27 anos.
— Ficou bastante forte. Os edifícios começaram a se mexer. As pessoas estão muito nervosas. Vi uma senhora que desmaiou — disse Alfredo Aguilar, de 43 anos.
O Aeroporto Internacional da Cidade do México chegou a ser fechado após o tremor, mas as operações já foram retomadas. No último dia 7 de setembro, um terremoto de magnitude 8,1, o mais forte em um século no México, deixou 96 mortos e mais de 200 feridos no sul do país, especialmente nos estados de Oaxaca e Chiapas. Na manhã desta terça, inclusive, autoridades haviam realizado uma simulação de terremoto na capital.
De Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou apoio ao país vizinho, em cuja fronteira prometeu construir um muro separando os dois países, uma de suas mais controversas promessas de campanha.
"Que Deus abençoe o povo do México. Estamos com vocês e estaremos lá para ajudá-los", escreveu no Twitter Trump, que mantém péssimas relações com o México e foi muito criticado por demorar dias em transmitir suas condolências após o terremoto no sul do país, que deixou quase uma centena de mortos no início do mês.
Pelas redes sociais, mexicanos mostraram os estragos causados pelo tremor: