Um resort turístico foi cercado após relatos de explosões e tiros em Manila, capital das Filipinas. De acordo com o site do jornal britânico The Guardian, imagens que circulam nas redes sociais mostram colunas de fumaça saindo do estabelecimento, que conta com um cassino e fica nas proximidades do aeroporto da cidade. Segundo a polícia local, o ataque foi desferido por um homem não identificado, que foi morto por policiais antes de deixar vítimas.
A página oficial da rede Resorts World Manila no Twitter informou o cerco "após relatos de disparos". "A companhia está trabalhando junto à Polícia Nacional das Filipinas para garantir que todos os hóspedes e funcionários estão a salvo", disse a direção do estabelecimento, que pediu orações "diante desse momento difícil".
O Estado Islâmico informou em um comunicado que os autores do ataque eram soldados do grupo, segundo o SITE, uma página na internet que acompanha as atividades dos grupos extremistas. Segundo a Polícia Nacional, não há vítimas.
– Não houve ninguém atingido. Não há reféns – declarou o chefe de Polícia Ronald Dela Rosa à DZMM radio.
O comandante da polícia relatou que um homem, que aparentemente agiu sozinho, caminhou para uma das áreas do cassino e disparou com um rifle M4 contra uma tela de televisão, jogou gasolina na mesa de apostas e ateou fogo.
O agressor voltou a tirar, desta vez contra um local onde as fichas de jogo eram guardadas, e encheu uma mochila com várias delas. O homem então deixou esse espaço e seguiu para a área do hotel, onde, segundo Dela Rosa, ele foi "abatido" pelas tropas policiais.
O presidente americano, Donald Trump, manifestou sua "tristeza" e suas condolências pelas vítimas do que classificou como ataque "terrorista".
– É realmente muito triste o que está acontecendo em todo o mundo com o terrorismo. Nossos pensamentos e orações estão com os afetados – lamentou Trump, na Casa Branca, antes de anunciar a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima.
Veja a localização do resort no mapa abaixo:
Correria e pânico
Imagens exibidas nas emissoras locais mostram pessoas correndo no Resorts World. O complexo foi cercado pela polícia, depois das informações sobre os tiros pouco após a meia-noite (hora local, 13h em Brasília).
– Ia voltar para o segundo andar, quando vi gente correndo. Alguns hóspedes do hotel disseram que alguém havia gritado "Isis" (Estado Islâmico) – contou à rádio DZMM Maricel Navarro, que trabalha no complexo.
– Os hóspedes gritavam. Fomos para o porão e nos escondemos. As pessoas gritavam, os clientes e os funcionários estavam aterrorizados – acrescentou Navarro. – Quando sentimos cheiro de fumaça, decidimos ir para a saída, no estacionamento. De lá conseguimos sair, mas, antes de sair, ouvimos dois disparos, e tinha muita fumaça no térreo – completou.
Na semana passada, o presidente filipino, Rodrigo Duterte, impôs a lei marcial em toda Mindanao (no sul do país) para por fim ao que ele chamou de ameaça crescente do Estado Islâmico na região. A declaração da lei marcial ocorreu logo após militantes realizarem atos de violência na cidade de Marawi, que fica a 800 km de Manila.
Forças de segurança ainda estão combatendo os militantes em Marawi e os confrontos na região deixaram ao menos 171 mortos. Duterte alertou na semana passada que ele pode vir a estender a lei marcial para o resto do país se a ameaça terrorista se espalhar.
*Zero Hora