A ministra da Defesa da França, Sylvie Goulard, anunciou nesta terça-feira (20) a renúncia ao cargo em meio a uma investigação contra seu partido sobre supostos empregos fictícios.
"Desejo poder demonstrar livremente minha boa fé", explicou a ministra em um comunicado, em referência à investigação sobre o partido de centro ao qual pertence, por supostos empregos fictícios de auxiliares no Parlamento Europeu.
Em 9 de junho, foi aberta uma investigação preliminar para apurar se o partido centrista MoDem (Movimento Democrático), aliado do movimento A República em Marcha (LREM) do presidente Emmanuel Macron, pagou trabalhadores na França com salários destinados a assistentes parlamentares europeus.
Leia mais
Casa de homem que tentou atacar a polícia em Paris tinha "arsenal"
Carro explode após colidir com viatura policial na Champs-Elysées, em Paris
O Palácio do Eliseu anunciou, na segunda-feira (19), uma "reforma técnica" do governo após as recentes eleições legislativas, nas quais o LREM obteve maioria absoluta.
O presidente prometeu "restaurar a confiança na ação pública, reformar a França e impulsionar a Europa. A ação de ajuste deve prevalecer sobre qualquer consideração pessoal", afirma o comunicado de Sylvie Goulard, uma centrista que foi eleita eurodeputada em 2009 e reeleita em 2014.
O líder do MoDem e atual ministro da Justiça, François Bayrou, sustenta que o partido nunca teve empregos fantasmas de assistentes parlamentares europeus.
Além de Bayrou e Goulard, o governo do primeiro-ministro Edouard Philippe, formado em maio, tem outra integrante do MoDem, Marielle de Sarnez, ministra de Assuntos Europeus.
A reforma ministerial deixa de fora outro ministro submetido a uma investigação preliminar em um caso de suposto favorecimento: Richard Ferrand. Ligado a Macron e ministro até agora da Coesão do Território, ele anunciou que será candidato a liderar a bancada parlamentar do LREM.