O novo presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou, nesta quarta-feira (17), uma equipe de governo paritária, formada por políticos de diferentes partidos, incluindo socialistas, centristas e conservadores. O presidente mais jovem da história da França, de 39 anos, pretende realizar uma revolução política, com uma gestão heterogênea.
Na segunda-feira (15), Macron deu o primeiro passo com a nomeação de Edouard Philippe para o cargo de primeiro-ministro, um conservador moderado do partido de direita Os Republicanos. Entre os 18 ministros de governo Macron, estão sete socialistas, três centristas e dois conservadores. Os demais são provenientes da sociedade civil.
Além disso, o gabinete de Macron terá 11 mulheres e 11 homens.
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O prefeito de Lyon, Gérard Collomb, um dos primeiros apoios do jovem presidente e membro do Partido Socialista (PS), foi nomeado ministro do Interior, um posto chave em um país em estado de emergência após uma onda de atentados extremistas que deixou 239 mortos.
Outro nome de peso do PS, Jean-Yves Le Drian, que foi ministro da Defesa sob a presidência de François Hollande (2012-2017), ocupará a pasta das Relações Exteriores.
A eurodeputada centrista Sylvie Goulard foi nomeada ministra da Defesa, enquanto o veterano centrista François Bayrou, que apoiou Macron durante a campanha eleitoral, ficará com o ministério da Justiça.
Bruno Le Maire, do partido de direita Os Republicanos, dirigirá o ministério da Economia, um posto chave, já que a França pode se converter em 2018 no único país da Eurozona a registrar um déficit superior a 3% do PIB.
Membros da sociedade civil
Macron deseja criar uma nova força centrista às custas dos partidos tradicionais de esquerda e de direita, que será colocada à prova nas eleições legislativas de junho. Sem maioria parlamentar, ele terá dificuldade para aplicar o ambicioso programa de reforma do mercado de trabalho e de saneamento das contas públicas.
Macron, que nunca havia ocupado um cargo eletivo, também cumpriu com a promessa de renovação política nomeando várias pessoas provenientes da sociedade civil.
Além do conhecido defensor do meio ambiente Nicolas Hulot, o novo governo também terá a campeã olímpica de esgrima Laura Flessel e a editora Françoise Nyssen.
Macron deveria ter anunciado a formação do governo na terça-feira (16), mas a adiou a divulgação em 24 horas para verificar se todos os integrantes potenciais de gabinete tinham currículos irrepreensíveis.
A situação fiscal de cada um dos membros da equipe, assim como a existência de potenciais conflitos de interesses, foram verificadas minuciosamente. Além disso, os novos ministros devem comprometer-se, após a posse, a exercer os cargos de maneira irrepreensível, destacou o Palácio do Eliseu.
Macron quer evitar a qualquer custo cometer os mesmos erros do antecessor, o socialista François Hollande, cujo mandato esteve marcado pelo escândalo de evasão fiscal do ministro de Orçamento, Jerôme Cahuzac.
Reunião com Tusk
O jovem chefe de Estado se encontrará, em Paris, com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, nesta quarta-feira.
Tusk foi um dos primeiros responsáveis europeus a felicitar Macron pela vitória sobre a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, em 7 de maio.
Macron planeja visitar nos próximos dias as tropas francesas no Mali. Em 25 de maio, almoçará com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Bruxelas, durante a cúpula da Otan, antes de participar da cúpula dos países do G7 na Sicília, Itália, em 26 e 27 de maio.
*AFP