Um novo governo foi formado no Marrocos nesta quarta-feira após seis meses de bloqueio político, sob a direção de Saad Eddine El Othmani, segunda personalidade do Partido islamita Justiça e Desenvolvimento (PJD), anunciou uma fonte oficial.
Além do PJD (islamita moderado), a nova maioria inclui a Reunião Nacional de Independentes (RNI, liberais), o Movimento Popular (MP), a União Constitucional (UC), a União Socialista das Forças Populares (USFP) e o Partido do Progresso e do Socialismo (PPS, comunista).
Ao não ter conseguido formar uma maioria, o secretário-geral do PJD foi substituído em meados de março pelo número dois do partido, Saad Eddine El Othmani.
A nova maioria conta com 39 ministros. O partido islamita moderado que ocupou o primeiro lugar nas eleições legislativas com 125 cadeiras sobre um total de 395, obteve as pastas de Transportes, Energia e minas, Emprego e Família, segundo uma lista oficial publicada.
A nova coalizão se apoiará em 240 deputados dos 395 do Parlamento.
Essa é a primeira vez na história recente do Marrocos que o país permaneceu tanto tempo sem governo. A situação, entretanto, teve muito pouco impacto na vida cotidiana.
No Marrocos as linhas ideológicas dos partidos contam pouco ou nada na formação de coalizões, que trabalham sob a tutela do rei, chefe de Estado que está acima dos partidos.
A participação da USFP no futuro governo é uma concessão maior do novo primeiro-ministro a Ajannush, apresentado como próximo ao palácio real e contrapeso aos islamitas.
* AFP