O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, admitiu que algumas vezes não conseguiu, durante o seu governo, obter o apoio da opinião pública americana para anular os ataques que sofreu de integrantes do Partido Republicano, legenda que tem maioria no Congresso.
Obama citou como exemplo disso a frustrada decisão de nomear o juiz Merrick Garland para a Suprema Corte. A indicação foi feita em março do ano passado, mas os senadores republicanos impediram a nomeação de Garland ao Supremo Tribunal durante vários meses. Agora, com a posse do presidente eleito Donald Trump, no próximo dia 20, a possibilidade de condução de Garland à Suprema Corte ficou completamente descartada.
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Em sua última entrevista antes de deixar o governo, o presidente norte-americano menciona o episódio para dizer que perdeu, algumas vezes, "a batalha de relações públicas". A entrevista foi dada ao programa "60 Minutos", que tem uma das maiores audiências da televisão americana e vai ao ar no próximo domingo, mas a emissora em que o programa é transmitido – a CBS –, antecipou, na quinta-feira, alguns pontos abordados por Obama.
O presidente disse que conseguiu imprimir, no entanto, um estilo correto na administração do país.
– Fazemos parte da primeira administração da história moderna que não teve um grande escândalo na Casa Branca – disse.
Descontando alguns casos em que não ganhou a batalha de relações públicas, como a mencionada recusa do Senado em confirmar a indicação do juiz Garland para a Suprema Corte, Obama disse que em outras situações conseguiu moldar a opinião pública.
– E fomos muito eficazes, eu fui muito eficaz na formação da opinião pública em torno das minhas campanhas.
Para conseguir isso, porém, Obama lembrou que teve que tomar iniciativas para mobilizar a opinião pública com firmeza, para enfraquecer a determinação dos republicanos de se opor ou de cooperar com o seu governo.