Mais de uma hora na fila para votar não tirou o bom humor de Jill Apple, funcionária pública que saiu do trabalho por volta das 13h para votar em uma escola na esquina da Amsterdam Avenue com a 60th Street, no Upper West Side, próximo ao Central Park, em Nova York.
– É uma eleição histórica. Espero que Hillary Clinton se torne a próxima presidente e a primeira mulher na presidência – disse ela, enquanto fazia uma selfie na frente do centro de votação.
O voto nos Estados Unidos não é obrigatório. Mas havia filas nos locais desde cedo. Cartazes indicavam em inglês, espanhol e chinês onde ficavam as urnas. Em algumas escolas, a comunidade organizou com apoio de voluntários uma mesa com sucos, frutas, doces e salgados para distribuir a quem ia votar. Quem registrava seu voto recebia um adesivo redondo com a inscrição: “Eu votei”. Cedo da tarde já havia vários eleitores desfilando pelas avenidas do Upper West Side com o adesivo no peito.
Mais próximo do Rio Hudson, no Riverside Boulevard, uma cena curiosa: um pequeno centro de votação foi montado na estrutura de um dos prédios da Trump Place, empreendimento do conglomerado do candidato republicano Donald Trump. Funcionários do prédio observavam os eleitores a cerca de 10 passos das portas douradas do edifício residencial.
Como não é feriado no dia da eleição, muitos americanos aproveitaram o intervalo do almoço para votar. Foi o horário de pico na maioria das seções.
Na Quinta Avenida, onde fica o comitê central de Trump, a calçada em frente à Trump Tower foi fechada ao trânsito de pedestres. Caminhões com concreto e areia foram posicionados estrategicamente em frente às portas do arranha-céu, como medida de segurança. A ideia seria reduzir o impacto de um eventual ataque com carro-bomba. A mesma medida de proteção foi adotada nas ruas próximas ao centro de convenções Jacob K. Javits, no sul de Manhattan, onde Hillary pretende festejar a vitória, caso eleita. O acesso ao prédio está fechado desde o início da manhã. Entre os militantes que já começam a ingressar no complexo, há otimismo. Hillary só deve falar depois de confirmada a vitória ou a derrota. O mesmo deve ocorrer com Trump. É tradição nos EUA o vencedor esperar que o derrotado admita ter perdido em discurso à nação. Só então, eles trocam telefonemas, e o vencedor se dirige ao público.
As primeiras projeções de resultados devem ser divulgadas a partir das 20h (23h pelo horário de Brasília).
Milhares de pessoas devem acompanhar a apuração por meio de telões instalados no Rockefeller Center, onde ficam os estúdios da NBC News, e em Times Square.