As ações da mineradora BHP Billiton despencaram nesta quarta-feira em Sydney e em Londres, depois do anúncio do processo bilionário do Ministério Público Federal pela tragédia na barragem de rejeitos da Samarco, em Mariana (MG), no ano passado.
Os valores da empresa anglo-australiana caíram 9,36% na Bolsa de Sydney, que fechou a sessão em queda de 1,5%. Na City, em Londres, o título da BHP era negociado em baixa de 6,98%.
O MP brasileiro pediu, na terça-feira, uma indenização de R$ 155 bilhões (US$ 43,4 bilhões) à Samarco e suas proprietárias, a BHP Billiton e a Vale, para que paguem "integralmente" os danos derivados do deslizamento provocado em 5 de novembro pela ruptura de uma barragem de rejeitos em Mariana.
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A tragédia, a maior catástrofe ambiental na história do país, provocou uma torrente de lama que matou 19 pessoas, além de ter deixado centenas de moradores desabrigados. Como garantia de pagamento, o Ministério Público solicitou que nem Samarco, BHP ou Vale distribuam lucros ou recebam ajudas públicas no momento.
A BHP afirma em um comunicado divulgado nesta quarta-feira que ainda não recebeu uma notificação da ação, mas reiterou seu "compromisso de ajudar a Samarco a reconstruir sua comunidade e a restaurar o entorno afetado pela ruptura da barragem".
O valor exigido é consideravelmente maior ao do plano de reparação estabelecido em março pelo governo brasileiro de R$ 24,1 bilhões (US$ 6,193 bilhões) com a Samarco e suas duas proprietárias, que segundo o MP era apenas uma "carta de intenções".
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