O Papa Francisco voltou a inovar ao lavar os pés de dois jovens muçulmanos na Quinta-feira Santa. O gesto valorizou a fraternidade, rejeitando a discriminação, asseguram os vaticanistas.
- Não é uma ruptura, também não é uma contradição com a doutrina. Francisco não desrespeitou uma regra, já que o lava-pés é um rito que não tem valor sacramental. Teria sido diferente se tivesse dado a comunhão a algum desses jovens", comentou o vaticanista Sandro Magister, lembrando que as celebrações nas igrejas "são abertas a todos".
O papa argentino reproduz um gesto de Cristo com os apóstolos. Na prisão de menores "Casal del Marmo" com jovens de diferentes condições, nacionalidades e origens, simplesmente quis mostrar que o amor de Cristo não tem fronteiras, acrescentou.
- Esse gesto não tem um significado religioso. Poderiam ser jovens budistas o sikhs. Lavou seus pés porque são jovens isolados, não quis diferenciar -, afirmou o vaticanista Marco Tosatti.
Embora considerem Cristo um profeta, nem todos os muçulmanos podem ter apreciado o gesto do Papa. Os imãs são contra qualquer tentativa dos cristãos de cooptar muçulmanos para a sua religião. A apostasia continua sendo anátema no Islã.
O ex-cardeal e arcebispo de Buenos Aires Jorge Bergoglio já deixou clara a importância que concede às relações respeitosas com o Islã na homilia que pronunciou em sua missa de entronização.