O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse nesta quarta-feira que os militares franceses devem deixar o Mali a partir de março. Mas, segundo ele, a retirada dos militares só ocorrerá se for controlada a situação de tensão no país, como pretendem as autoridades francesas. Fabius reiterou ainda que o governo da França não tem intenções de permanecer no país africano por 'muito tempo'.
O ministro ressaltou também que a ação militar é 'apenas um dos aspetos' da Operação Cerval.
- Acho que, a partir de março, se tudo correr como previsto, o número de tropas francesas deve diminuir - disse. Pelos dados do Ministério da Defesa da França, estão no Mali cerca de 4 mil militares franceses que atuam ao lado de 3,8 mil soldados de vários países africanos.
O Mali, na África, faz fronteira com oito países e está entre os mais pobres da região. Dos cerca de 12 milhões de habitantes, mais de 50% vivem abaixo da linha da pobreza. Incertezas políticas e histórico de golpes de Estado fazem parte do cotidiano do Mali. Nos últimos anos, a instabilidade aumentou com a ação de grupos extremistas islâmicos que tentam combater o governo do país. No próximo dia 29, a União Africana, que reúne 52 nações, debate a crise no Mali.
Os grupos extremistas islâmicos, que representam três comandos distintos, ocupam o norte do Mali, enquanto o governo tem o controle do sul do país. A população se queixa da insegurança e das pressões dos extremistas que aplicam a sharia (preceitos islâmicos no cotidiano).
Os grupos extremistas que atuam o Norte do Mali são Al Qaeda do Magrebe Islâmico (Aqmi), Ansar Dine Movimento para a Unidade e Jihad no Oeste Africano (Mujao). Em decorrência dos confrontos entre os extremistas e as forças do governo, o número de refugiados aumenta diariamente, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).